domingo, 4 de janeiro de 2015

Medo de (a) mar

Um mar de sentimentos nunca antes explorados me invadiu naquele ínfimo momento em que nossos olhares se cruzaram. Por longos meses eu lutei bravamente para não entrar nesse mar – e se eu me afogasse? Tomei coragem, respirei fundo, subi na mais alta rocha, fechei os olhos e saltei no meio do oceano. No começo eu afundei, engoli muita água, sufoquei, perdi os sentidos, fui arremessada às pedras. Com o tempo, no entanto, aprendi a relaxar e deixei que a correnteza me levasse de volta à praia. E é nela que me encontro nesse momento: sentada na areia, admirando o eterno vai e vem das ondas e me preparando para um novo salto. Sim, porque apesar dos percalços e dos riscos envolvidos, eu aprendi que nadar, mesmo em mar aberto, não é tão difícil assim.