terça-feira, 20 de julho de 2010

A morte

A morte prematura do filho caçula da atriz e apresentadora Cissa Guimarães (Rafael Mascarenhas) hoje de madrugada mexeu num assunto que eu decididamente não consigo lidar: a morte. Não sou daquelas pessoas que se revoltam, se deprimem ou não aceitam que determinada pessoa se foi; simplesmente não consigo acreditar que tal pessoa nunca mais voltará. É uma situação que não tem como reverter (ainda que eu acredite que depois, lá plano espiritual, vá reencontrar essas pessoas e entender o porquê das coisas terem tomado essa direção).

Lembro-me bem de quando minha avó materna morreu. Eu tinha seis anos e um dia antes dela falecer sonhei que ela havia morrido. Coisa de doido. Mas quando se é criança a forma de encarar e aceitar as coisas é infinitamente mais fácil, sem dúvida.
Perdi dois primos e meu avô paterno o ano passado. Foi uma barra danada. Perder três pessoas da família num intervalo de 6 meses não é pouca coisa. Ainda mais quando isso acontece de repente, sem estarmos preparados. Abala e muito a estrutura emocional de uma pessoa - o que certamente aconteceu comigo e com meus familiares. Não gosto nem de pensar quando chegar a hora dos meus pais, minhas irmãs ou meus amigos...Sou covarde o bastante para querer partir antes deles.

Apesar da morte ser a única certeza que temos na vida, acredito que nunca estamos realmente preparados para perder alguém amado. Vai ser sempre doloroso, sofrido, difícil de aceitar. Por isso é que temos que aprender a dar valor a cada instante que passamos ao lado daquelas pessoas que amamos. Demonstre, expresse o seu amor a quem te é importante. A vida às vezes dá uma reviravolta e talvez seja tarde demais para você dizer as tais palavrinhas mágicas. Um simples 'eu te amo' pode fazer toda a diferença.

Bia

Um comentário:

  1. Engraçado, cheguei aqui, não me recordo como... Acredito que pelo twitter, será? Enfim, que seja. Só sei que gostei do que lí. Gosto da escrita simples, daquilo que todo mundo vive, sente, pensa, gosta. Gosto do ponto no lugar do ponto,da vírgula, no lugar dela e das reticências, quando o texto ou o momento pede. Comento este texto, simplesmente por me sentir com bagagem suficiente, para tal ato. Lidei com a morte e ela me venceu por duas vezes em 2009, me levando pai e mãe, em um espaço de tempo de 8 meses. Cara, é foda. Mas, necessário. Sou um homem de fé, fraquejo, é fato, vez por outra. Mas, a morte, acredito eu e penso que até certa vez escrevi em um texto, nos trás vida. Uma vida oculta, diferente da que vivíamos, quando o vivo estava lá, alí, ao lado. A dor é di-la-ce-ran-te, assim mesmo, se-pa-ra-do, que é para se lêr lentamente e dar-se a ênfase de dolorido, que é, por direito. O que posso dizer é que a gente não espera, mas se esperarmos, dói menos. Uma coisa com a partida dos meus pais, que diga-se de passagem me deixaram único no mundo, (sou filho único), é que pensar nela, faz bem. Escrevo pensar e não cultivar. A partida, principalmente de alguém que amamos, quando imaginada, (re)pensada, nos faz praticar o desapego de forma natural, simples, como esse processo tem de ser. Com dores, mas com vida.
    Parabéns, pelos textos, gostei daqui.

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